domingo, junho 09, 2013

Meu Crime


Cometi um crime hediondo. Pratiquei um homicídio culposo e, com isso, arruinei o meu patrimônio mais precioso: a minha vida.

Meu advogado de defesa me ludibriou, aquele falsário! Apresentou-me vários álibis, mas lá no fundo, eu sabia que teria que pagar pelo meu erro equivocado e estúpido. Pratiquei tal ato porque fui coagida, estava no meio de um labirinto. Como não achei a saída, o tempo me pressionou, então fui obrigada a abrir um caminho a machadadas. E o inferno começou.

Fui condenada a oito anos em regime fechado. Fui submetida a torturas programadas, choques elétricos e lavagens cerebrais, sendo que dessa última, eu sempre conseguia escapar. No presídio fiz alguns amigos e os levarei para sempre comigo. Assim espero.

O dia mais feliz foi quando cumpri toda a minha sentença e recebi o meu certificado de liberdade. Enfim, alforriada!

E agora, o que eu faria com toda essa liberdade grandiosa que finalmente recuperei? Pois bem. Senti a necessidade de passar por um período sabático, a fim de recuperar o equilíbrio perdido ao longo daqueles anos. Não se tratava de um estado letárgico nem catatônico. Eu precisava alinhar os meus chacras e limpar a minha aura. Precisava de momentos pacíficos para criar coragem e lidar corretamente com a minha vida, sem causá-la danos irreversíveis.