Cometi um crime hediondo. Pratiquei um homicídio culposo e,
com isso, arruinei o meu patrimônio mais precioso: a minha vida.
Meu advogado de defesa me ludibriou, aquele falsário!
Apresentou-me vários álibis, mas lá no fundo, eu sabia que teria que pagar pelo
meu erro equivocado e estúpido. Pratiquei tal ato porque fui coagida, estava no
meio de um labirinto. Como não achei a saída, o tempo me pressionou, então fui
obrigada a abrir um caminho a machadadas. E o inferno começou.
Fui condenada a oito anos em regime fechado. Fui submetida a
torturas programadas, choques elétricos e lavagens cerebrais, sendo que dessa
última, eu sempre conseguia escapar. No presídio fiz alguns amigos e os levarei
para sempre comigo. Assim espero.
O dia mais feliz foi quando cumpri toda a minha sentença e
recebi o meu certificado de liberdade. Enfim, alforriada!
E agora, o que eu faria com toda essa liberdade grandiosa
que finalmente recuperei? Pois bem. Senti a necessidade de passar por um
período sabático, a fim de recuperar o equilíbrio perdido ao longo daqueles
anos. Não se tratava de um estado letárgico nem catatônico. Eu precisava
alinhar os meus chacras e limpar a minha aura. Precisava de momentos pacíficos
para criar coragem e lidar corretamente com a minha vida, sem causá-la danos
irreversíveis.